O coturno

Dos calçados o mais duro
De couro e bruta sola
Grotesca é sua bitola
Preparado para o enduro

Lama, água e atoleiro
Terra batida e matagal
Calça o soldado brasileiro
Dos pampas ao pantanal

Seu uso não tem hora
Seja noite ou dia
É calçado que explora
Avança com ousadia

No fanal diurno
Dos calçados o seleto
Coube a ti coturno
Marchar como os aquetos.

Sentinela

No portão das armas
Impávido e incansável
No quartel invulnerável
Gélido em sua forma

Mexer, nem pensar
Imóvel e estático
Das horas o passar
Em cálculo fleumático

Arma e homem reunidos
Num enlace colossal
Fuzil bem manutenido
Eis que formam um casal

Eis minha companheira
Diz o sentinela ao armamento
Deitam-se na trincheira
Num feliz casamento.